29 Mar Jopauto testa a primeira máquina em Portugal
A Jopauto, importador exclusivo da Provitis para o nosso país, testou a primeira máquina de tirar vides Provitis VSE430 em Portugal na herdade do seu cliente Luis Pato, em Anadia.
A Provitis VSE430 é um equipamento especificamente construído para poda Guyot, reproduzindo o processo normalmente realizado à mão num tempo muito menor. Possui a particularidade de puxar os sarmentos pelo lado, permitindo uma redução dos custos sem contudo pôr em causa o modo de condução da vinha e os paus.
Idealizada por um agricultor de Bordéus que apenas utilizava poda Guyot e tinha dificuldades em retirar as vides, este equipamento foi especificamente construído para esse efeito. Desde a sua criação, em 2013, a máquina sofreu diversos melhoramentos, tendo já vencido vários prémios em feiras internacionais, como por exemplo o prémio inovação no Sitevi em Montpellier (2013).
Funcionamento
O princípio de funcionamento da máquina é bastante simples: um disco horizontal encaminha os sarmentos lateralmente para uma corrente de extração.
Os sarmentos são então agarrados por pneus que ajudam a retirá-los do espaldar e os depositam no solo na zona do rodado do trator.
Ao contrário de algumas marcas concorrentes que puxam os sarmentos verticalmente, a abordagem lateral aos sarmentos
reproduz o processo manual e reduz as dificuldades com os arames da vinha.
Puxar os sarmentos de forma rápida, sem prépoda, com trituração simultânea
O objetivo desta máquina é, sem pré-poda, substituir a puxada manual dos sarmentos. Isto, depois de as operações da poda terem sido feitas: seleção da vara, seleção da estaca, seccionamento da estaca do ano precedente.
A trituração dos sarmentos pode ser realizada de forma simultânea. A máquina utilizada no teste equipava com um grupo hidráulico porque o trator não tinha débito suficiente. No entanto, num trator moderno com débito de 50 l/min, é possível ter a máquina de tirar vides montada à frente e um triturador de vides atrás, o que permite fazer as duas operações na mesma passagem.
Preparação da vinha
Para uma utilização ótima deste equipamento, é indispensável respeitar meticulosamente a preparação da vinha, nomeadamente, deixar as vides do lado interior do bardo, onde passarão os pneus agarradores.
Assim: é importante evitar que a vara se enrole em torno do arame de suporte. A ligação é feita em dois pontos: perto da cepa e na ponta da vara. No ano seguinte, deve-se cortála na sua base, deixando-a ligada à sua extremidade, de modo que a máquina puxe todos os sarmentos a partir da vara e não um conjunto de pequenas pontas cortadas.
Os sarmentos cortados na poda como a antiga vara, devem ser orientados para a entre-linha na qual passa o trator para que a inclinação induzida pelo puxão da máquina seja feito no lado certo, sem prender o fio condutor. Deve-se evitar a todo o custo a formação de ganchos entre a madeira velha e os ramos do ano.
Estes poderiam ficar presos quando a máquina puxa os sarmentos. É possível aumentar o número de sarmentos retirados do espaldar, distanciando-os dos paus: o disco trá-los mais facilmente para a corrente de extração. Finalmente, dependendo do comprimento das varas determinado na poda, regula-se a largura da plataforma metálica sob os rolos de modo a não prender as cepas.
Um investimento
elevado mas com retorno
garantido
Com um custo inicial na ordem dos 24.000 euros (sem suporte), a Jopauto estima que esta permite uma redução de custos na ordem dos 50% por hectare. Na opinião de Vergílio Lopes, gerente da empresa, “a principal vantagem desta máquina é mesmo a sua velocidade de trabalho: a uma velocidade de avanço de 2 a 5 km/h, demora 3 a 4 horas a fazer um hectare. Manualmente, demoram-se 75 horas”.
Tomando por base um valor horário da máquina + trator de 30 euros, o custo por hectare rondará os 90 euros. Se o custo da mão de obra for de 5 euros/ hora, o valor total da operação ficará em 375 euros/hectare.
Assim, contas redondas, a utilização da VSE 430 pode permitir poupanças na ordem dos 285 euros/ hectare.
A máquina está montada sobre um suporte central duplo polivalente (a Provitis tem suportes universais onde todas as máquinas da marca podem ser acopladas – o cliente em questão tinha já uma desfolhadora Provitis que trabalha com
esse suporte e comando eléctrico).
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